10 de dezembro de 2012

CEZAR ZILLIG


TÁBUA DE SALVAÇÃO

Não pretendia retornar ao tema, porém, dado às circunstâncias, vejo-me obrigado.
Professores se revezam nas páginas do SANTA com uma mesma canção. Empenham-se dia e noite sugerindo que os problemas criados na FURB sejam de toda a comunidade. Uma tese que irrita. Quanto mais insistem, mais denotam seu desespero.
A reportagem de capa de final de semana sobre a FURB mostra que a situação da instituição é nada confortável. Pena que o quesito “Percentual pago para previdência gera preocupação” foi superficial, deveria ter sido melhor dissecado, mostrado mais números; quantos aposentados e quantos em vias de se aposentarem, etc. A matéria demonstrou que tão logo se aposentem, os funcionários da instituição passam a ser pagos pela municipalidade, pagos pelos contribuintes. A calórica aposentadoria, excepcional para os padrões usuais, tem incentivado a precoce e inconveniente aposentadoria de gabaritados mestres, receosos de mudanças nas regras do jogo. Certo eles.
A matéria mostrou-me que fui mesmo imbecil supondo que tanto empenho explicava-se apenas pela expectativa de verem-se guindados à privilegiada condição de funcionário público federal. Uma ambição legítima, ora. Vejo agora que o buraco é mais embaixo. Mais embaixo e maior. O que mais os inquieta é o grave estado de saúde da instituição: folha de pagamento inchada e receita aquém do esperado. Apenas 9.800 alunos circulam por corredores onde deveriam fervilhar 14.000! Portanto, se a FURB conseguir se transformar em puxadinho da UFSC, sua inflada folha de pagamento e os custosos “direitos adquiridos” cairão no colo da Pátria Amada; sobraria, de novo, para os contribuintes. Federalizar a FURB seria uma grande sorte, uma oportuna tábua de salvação.
Falou-se em privatização, mas quem quer um elefante branco?
O cenário é sombrio. Se a UFSC não embarcar na abnegada oferta da FURB e criar aqui uma mera “extensãozinha”, os tais corredores se esvaziarão ainda mais. Pior ainda, para a FURB, seria se os merecidos anseios do vale viessem a se realizar: a criação de uma Universidade Federal própria. No entanto, considerando-se o desvelo que o Governo Federal tem para com as necessidades do vale, - vide BR 470 – esta hipótese é pura miragem.
A comunidade FURB que não perca o sono por causa disto e os demais que continuem sonhando.

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também publicado em: www.santa.com.br 


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